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Terminei meu livro. E agora?

Terminei meu livro: imagem de fundo azul. Na lateral esquerda, o texto "Terminei meu livro, e agora?". Abaixo, o nome "Tainã Bispo". Na lateral direita inferior, as logos da Editora Claraboia e Paraquedas.

Essa pergunta ronda todo escritor em algum momento dessa caminhada, em muitos casos provocando dores de cabeça, angústia, medo e solidão. Então, vamos lá: estruturei aqui algumas possibilidades variadas para você, escritor e escritora, encontrar e/ou experimentar um caminho. Importante dizer que não há respostas certas nem fechadas — muito menos fórmulas. É importante sentir seu momento, entender seu desejo, conversar com outros escritores e profissionais do mercado e, sempre, entender que há prós e contras em qualquer decisão. Importante é saber quais são esses pontos, estar ciente deles e trabalhar da melhor forma possível.

Leia também: Como se tornar um escritor profissional? Passos e dicas essenciais

A pergunta que vem antes: como saber se meu livro está pronto?

Geralmente, há um limite no qual o autor consegue chegar sozinho. Seja porque está cansado do seu próprio texto ou porque sente que não consegue mais avançar sozinho. Em algum momento, o olhar do outro se torna imprescindível.

Algumas pessoas podem te ajudar nessa fase. Quem são elas?

  • Leitores beta: pessoas que leem muito e com profundidade podem fazer uma leitura sensível dando opiniões e impressões interessantes (essas pessoas podem ser remuneradas ou não). Sabe aquele amigue com quem você faz o clube de leitura e/ou a oficina de escrita criativa? Pode ser ele ou ela.
  • Leitura crítica: contratar profissionais que façam uma leitura cuidadosa e crítica pode ser interessante. Importante escolher alguém com quem você se sinta à vontade e que entenda e acolha seu projeto. Ele fará uma análise de estrutura, personagens, enredo, etc. Essa leitura é um serviço, portanto, é remunerada.
  • Acompanhamento/mentoria literária: você pode agendar encontros com alguma periodicidade para ler seu livro junto com um escritor/editor. A leitura se dá em trechos/pedaços, e há uma troca a partir dessa leitura. É uma forma interessante de amadurecer o texto e se sentir mais confiante nesse processo.
  • Pedir a opinião/impressão de familiares e amigues próximos — mas só vale se eles gostarem e tiverem o hábito da leitura, certo?

Confira: Faculdade para escritor? O que é preciso para iniciar na carreira?

Sinto que meu livro está pronto e maduro. Qual o próximo passo?

  • KPD: é a plataforma da Amazon para a publicação independente (Kindle Direct Publishing). Dentro da plataforma, que é bastante amigável, é possível fazer todo o processo sem custo e ainda receber pelas vendas. É uma possibilidade interessante e muito utilizada no mundo todo. Pode ser um livro curto, um conto ou um romance: o KDP aceita. (Sugestão: se possível, vale a pena contratar um revisor antes de publicar seu texto).
  • Editais: há alguns editais muito bacanas para quem quer publicar um livro. São concorridíssimos, mas vale a pena tentar. Para quem está em São Paulo, por exemplo, há o Proac[1]. E, para mulheres, há o Carolina Maria de Jesus[2]. Vale muito a pena ficar atento. Um site que acaba “organizando” essas informações sobre editais é o Prosas[3] — vale assinar a newsletter deles e acompanhar.
  • Chamadas e prêmios: algumas editoras fazem chamadas de originais. É interessante ficar de olho também. Alguns exemplos: a Todavia faz a chamada para não-ficção todo ano. Nós, na Clara, abrimos chamadas todo ano também. Como descobrir as chamadas? Não tem segredo. É trabalho. Faça uma lista das editoras que você admira/gosta e das quais você acha que seu livro tem perfil e comece a acompanhá-las nas redes sociais constantemente.
  • Financiamento coletivo: é uma opção muito bacana para quem quer fazer (com ou sem editora). Para quem quer entender melhor como funciona esse caminho, que é bastante trabalhoso também, fica aqui a dica do livro “Crowd, o guia do financiamento coletivo para autores e editores de livros”[4], de Marina Avila, Valquíria Vlad e Raíssa Pena. Nesse livro, elas detalham de forma minuciosa como fazer um projeto dentro de uma plataforma de financiamento coletivo. É muito importante estudar antes de se arriscar, porque é trabalhoso e um processo cheio de detalhes.
  • Autopublicação ou publicação assistida: para quem pode investir no seu próprio livro, há editoras fazendo um trabalho bacana como serviço. Eu mesma criei a Paraquedas exatamente assim, para ser uma parceira desde o momento do recebimento do livro no Word até a distribuição em livrarias e inscrição em prêmios. Tem muitas editoras fazendo. Único alerta nesse caso é o seguinte: pesquise muito antes de fechar com qualquer uma delas, pois há muitas gráficas se dizendo editoras, e, na real, eles imprimem o livro sem nenhuma revisão. Minha dica: tente conversar com outros autores que publicaram pela editora e analise muito bem o contrato antes de fechar qualquer coisa.
  • Agentes literários: um caminho interessante é ter um agente literário que irá apresentar seu livro para casas editoriais “tradicionais” (eu chamo de tradicionais as casas que contratam o livro e arcam com todos os investimentos, ao contrário da autopublicação/publicação assistida). Pesquise, entenda qual agente tem o perfil pro seu original (os agentes literários também atuam em áreas diferentes entre si) e entenda se o agente por quem você se interessou está aberto para receber originais.
  • Casas editoriais tradicionais: é o sonho de qualquer escritor ser publicado pela Cia. das Letras, Todavia, Sextante, Intrínseca, etc. Mas é importante entender que nós temos poucas editoras para o tamanho do Brasil. Elas são muito disputadas e recebem muitos originais — nacionais e estrangeiros — todos os dias. Primeiro passo é entender qual é o gênero do seu livro e listar quais editoras teriam interesse por ele. Não adianta enviar um romance literário para uma editora que publica, principalmente, autoajuda, entende? Fazer essa lista é fundamental. Em seguida, é entender se essas editoras estão disponíveis para receber e analisar seu original. Como descobrir isso? Pesquisando pelo site e perguntando pelas redes sociais.
  • Zines: quer colocar a mão na massa? Que tal experimentar fazer seu livro de forma artesanal, brincando com papeis diferentes, inserindo imagens e diversificando técnicas? Fazer uma zine você mesmo, imprimindo em casa e expondo em feiras de impressos, por exemplo, pode ser uma excelente forma de começar a compartilhar seus escritos.

Não deixe de conferir: O que é ISBN: tudo sobre o sistema internacional de identificação de livros

São essas as minhas dicas e sugestões. Para quem quiser aprofundar, eu também criei outros dois serviços para escritores, pois eu sei que o mercado editorial é difícil de entender (para quem está de fora):

  • o curso “A aventura de ser escritor”, que eu ofereço 1x ao ano (fica de olho nas minhas redes sociais).
  • editorapia: uma espécie de sessão de terapia para escritores que dura em torno de 1h/1h30 (serviço remunerado).

É isso!

[1] https://www.proac.sp.gov.br/ [2] https://www.gov.br/cultura/pt-br/assuntos/editais-e-portarias/editais/2023/edital-premio-carolina-maria-de-jesus-1.pdf/view [3] https://prosas.com.br/inicio [4] https://www.editorawish.com.br/products/crowd-o-guia-de-financiamento-coletivo-para-livros

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